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Até ao fim da rua, até ao fim do mundo


Foto: iStock


A voz familiar de Ricardo Alexandre, diretor-adjunto da TSF, explica no seu workshop “O que é notícia (e o que não é) em rádio?", como funciona a rotina de produção noticiosa


Texto: Carolina Capela e Marta Nobre


O ambiente no estúdio de rádio da Escola Superior de Comunicação Social é bastante diferente daquele a que Ricardo Alexandre está habituado desde que começou a carreira como jornalista em 1990. Rodeado de alunos, jornalistas e professores que hoje vêm para aprender, a emissão da manhã aguarda que toda a gente esteja pronta para começar o workshop.


Foto: Associação Literacia para os Media e Jornalismo

Ricardo Alexandre, diretor-adjunto da TSF


O repórter da TSF começa por explicar ao público presente no estúdio que, ao contrário da televisão que divide o noticiário por temas, as notícias da rádio estão repartidas por horários. O da manhã é o mais planificado: é construído no dia anterior, constitui notícias que já são de conhecimento geral e que, portanto, exigem uma grande responsabilidade. Este período matinal é, como partilha, designado de drive-in, pois representa as “pessoas que ouvem rádio a caminho do trabalho”, contando, então, com o maior número de audiências de todo o dia. Este horário nobre, que compete com o da manhã, é o período de drive out, isto é, o momento de regressar a casa”.


Os participantes intervêm e fazem várias perguntas às quais Ricardo Alexandre vai respondendo com ironia e boa-disposição, criando um ambiente relaxado e acolhedor, independentemente da diferença de idades dos presentes. É neste contexto que surge, então, a questão da rádio versus televisão. O jornalista constata o óbvio: nos dias que correm, a televisão e as redes sociais têm muito mais público do que as rádios e tenta justificá-lo pelo facto de a maioria das pessoas se sentir mais atraídas pelos ecrãs.

O diretor-adjunto da TSF acrescenta que “por estas mesmas razões, as rádios não apostam tanto em novo pessoal e equipamento. Para que este órgão de comunicação seja citado na televisão, muitas entrevistas passam a ser gravadas”.


O também autor do livro Breve História do Afeganistão de A a Z fala da multiplicidade de funções que existem dentro de uma estação de rádio, desde técnicos de som e imagem, como os sonoplastas, passando pelos jornalistas, os Dj’s, os editores e muitos outros e releva o papel de todos para o sucesso deste meio de comunicação. Logo de seguida, explica que existe uma nomenclatura para aquilo que se coloca no ar explicada em três tópicos. O primeiro é obviamente o som, já que este significa tudo em rádio. No segundo, o “papel” que, resumidamente, é um pequeno texto informativo que é pedido aos jornalistas e, por último, a peça que é a conjugação do som e do papel, ou seja, a peça jornalística.


Para explicar, exatamente, o modo como se realiza uma notícia em rádio, o coordenador e apresentador de programas sobre a atualidade da TSF emite o noticiário das 9h da manhã. É pedido aos presentes que façam uma breve análise desse noticiário para que possam retirar características, ideias e o porquê de as coisas serem como são. Após uma participação massiva, esclarece-se que o que marca, efetivamente, uma estação de rádio são os noticiários. Identifica-se, por parte do grupo presente, que os noticiários têm uma duração de cerca de 10 a 12 minutos, uma variedade de temáticas, desde a economia até ao desporto e, uma ordem específica de aparecimento, normalmente, do geral para o particular. Fica-se ainda com a ideia, que em muito emocionou o grupo, de que existe um certo tipo de coisas que não se podem dizer na rádio visto que sonoramente podem gerar confusão. Através da apresentação de exemplos curiosos, o jornalista explica de que modo se pode solucionar este problema. Consequentemente, é proposto aos convidados que através de um conjunto de notícias e exemplos de estruturas noticiosas de rádio, facultadas pelo jornalista, façam uma simulação do chamado papel explicado pelo repórter da TSF.


Para concluir, Ricardo Alexandre dá a oportunidade aos participantes de terem a sua primeira peça noticiosa corrigida, por forma a tirar eventuais dúvidas. Se uma história do país ou do mundo, o importante é que o alinhamento desse noticiário privilegie o que tem interesse público.


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