top of page
  • congressolmc7

A urgência de adotar medidas comuns de promoção da Literacia Mediática

Atualizado: 11 de mai. de 2023


Maria Donde, diretora de Políticas de Conteúdo Internacional do Ofcom e presidente interina da EPRA


A abrir o segundo dia do Congresso, Maria Donde, atual diretora de Políticas de Conteúdo Internacional do Ofcom EPRA, abordou os desafios para a formulação de políticas públicas e abriu portas à reflexão de potenciais ferramentas, informações e materiais que irão levar à prosperidade


Texto: Ana Rita Vicente, Constança Santos e Mariana Nobre

Foto: Ana Pinto


A primeira conferência do segundo dia do VI Congresso Literacia, Media e Cidadania, que teve lugar na Escola Superior de Comunicação Social, contou com a presença da atual diretora de Políticas de Conteúdo Internacional do Ofcom EPRA, Maria Donde. A especialista é a atual líder das negociações do Ofcom com outros reguladores europeus dos media, vice-presidente da EPRA e presidente do Comité de peritos do Conselho da Europa sobre o ambiente e a reforma dos meios de comunicação social.


A oradora iniciou o discurso com a partilha de uma lista de desafios relativos à literacia mediática. “O que há de errado com as políticas de literacia mediática hoje em dia?”, questionou de forma retórica. Maria Donde apontou a incerteza que advém do ambiente de mudança constante com que as políticas se confrontam e afirmou que “o problema fundamental se encontra na implementação inconsistente e na falta de coordenação entre as diferentes áreas de política e departamentos de Governo”, confidenciando que “é algo

está a ser muito abordado em Portugal através do plano de Literacia Mediática presente na Conferência”.


Querer fazer a diferença


A conferencista reforçou a necessidade da estruturação de uma base de evidências credíveis relativas ao que realmente funciona na literacia mediática, tendo sugerido uma intervenção focada nas comunidades vulneráveis. Maria Maria Donde realçou também que “a literacia mediática tem vindo a ser uma área em que os reguladores se têm podido concentrar na tentativa de evoluir, sendo que dispõem de competências legais em relação à promoção da mesma”. E assegurou: “Nós reconhecemos o nosso próprio papel dentro do ecossistema e queremos explorá-lo de forma a tentar fazer a diferença em muitos casos.”


A diretora de Políticas de Conteúdo Internacional do Ofcom mencionou casos de sucesso, como a abordagem irlandesa, que tem alcançado os objetivos desejados na promoção da literacia mediática. A oradora indicou a Macedónia do Norte como mais um exemplo de êxito e explicou que muitos atores estão envolvidos na execução desta política, apesar de nem todos estarem cientes dessa realidade. Maria Donde rematou esta ideia ao desvendar que, no seio da Ofcom, existe uma política, que, embora não tenha esse nome, visa o mesmo objetivo: auxiliar os cidadãos britânicos a adquirir comportamentos seguros online.


Abordagem comum entre estados


Durante a conferência, abordou a relevância da rede regulatória da agência, que se apelida de EMIL. A vice-presidente da EPRA falou sobre duas áreas específicas que considera terem desenvolvido um ponto de partida no combate aos desafios que surgem à literacia mediática. Primeiramente, remontou para o chamado “Reflexions on vídeo-sharing platforms and MIL”, um documento que congrega um conjunto de recomendações e que permite à regulação da Literacia Mediática dar um passo substancial no sentido do progresso.


Já que apesar de tecnicamente ser sobre vídeo-sharing platforms, realça a importância de adotar abordagens estratégicas, sistemáticas e coordenadas. Como explicou a especialista, “a abordagem diz mais sobre o enquadramento nacional da política do que sobre vídeo-sharing platforms. Permite observar os reguladores como coordenadores, atribui-lhes uma função e encoraja as plataformas de vídeo-sharing a cooperar mais”.


Por último, mencionou algo que a entusiasmou: um pedido de membros internos da empresa para a realização de uma sessão direcionada ao desenvolvimento de estratégias no âmbito da literacia mediática. “É uma causa para o positivismo”, justificou.


Maria Donde concluiu o discurso e deixou a plateia com a ideia de que a chave da estratégia da EMIL é algo que foi expresso pela professora canadiana Carolyne Wilson numa conferência da UNESCO: “Bottom up, top down”.


Parecer de especialista


A conferencista revelou que as atividades do primeiro dia do Congresso, em Portugal, alargaram os seus horizontes no que diz respeito ao conhecimento sobre a política de literacia mediática. No entender da profissional, o colóquio conseguiu desenvolver uma abordagem inspiradora e educacional. Ao longo do seu discurso, Maria Donde destacou referências alusivas à sustentabilidade dos media e à importância da relação entre literacia mediática e a preservação do jornalismo na formulação de notícias de alta qualidade.


61 visualizações0 comentário

コメント


bottom of page