top of page
  • congressolmc7

Sally Reynolds apela a que a Literacia Mediática e Digital seja levada mais a sério

Atualizado: 16 de mai. de 2023


Sally Reynolds, coordenadora da Media & Learning Association e diretora de literacia mediática do European Digital Media Observatory


À frente da MLA, uma associação que congrega 72 membros em 22 países, Sally Reynolds apresentou as linhas de atuação da organização que coordena e EDMO (European Digital Media Observatory). Na sessão, a especialista revelou as principais dificuldades das organizações que tentam intervir nesta área


Texto: Inês M. Gonçalves

Foto: Ana Pinto


A coordenadora da Media & Learning Association (MLA) e diretora de literacia mediática do European Digital Media Observatory (EDMO) marcou presença no VI Congresso Literacia, Media e Cidadania para falar de “Mapping the digital media litracy landscape in Europe”. Sally Reynolds começou por apresentar a missão, os projetos e os objetivos da associação criada em 2011: “A Media & Learning Association é uma pequena organização não-governamental sem fins lucrativos, com o fim de utilizar os media para apoiar o ensino e a aprendizagem. Dois dos projetos de maior dimensão e impacto desenvolvidos pela MLA foram o SMILES e o TeaMLit.


A oradora prosseguiu com a descrição das funções do EDMO, o observatório que junta fact-checkers e investigadores académicos especializados na área da desinformação online, plataformas de redes sociais, media dirigidos por jornalistas e práticas de literacia mediática. “Promovemos o conhecimento científico acerca de desinformação online e avanços no desenvolvimento dos serviços de fact-checking e apoiamos programas de literacia mediática.”


Os hubs ou núcleos de trabalho são o foco desta organização. “Existem 14 hubs por toda a Europa. Alguns são específicos de um país, como o caso irlandês, mas outros agregam dois ou mais países, como acontece com o Iberifier (Iberian Digital Media Research & Fact-Checking), o hub português e espanhol. Estes hubs são capazes de detetar e analisar desinformação, produzir conteúdo para os media e para as autoridades sobre a exposição de campanhas de desinformação prejudiciais, organizar atividades de literacia mediática a nível nacional e multinacional, bem como apoiar as autoridades locais na monitorização das políticas e do ecossistema digital de plataformas online”, esclareceu.


O segundo mandato do EDMO foi confirmado em dezembro de 2022, com foco na literacia mediática. “Apesar de a primeira edição incluir esse tema, o mesmo não recebia atenção suficiente”, justificou. O trabalho do observatório consiste, segundo Sally Reynolds, em “mapear a paisagem da literacia mediática e digital na Europa, de forma a dar sentido à natureza fragmentada e dispersa e elevar os padrões do setor”.


A diretora da Media & Learning Association revelou algumas das atividades previstas para os próximos tempos: “Continuaremos a realizar reuniões dentro dos hubs, iremos formar uma task force para as eleições europeias e criar um webinar público sobre o tema da literacia digital.” Sally Reynolds lembrou, no entanto, que “alguns núcleos dispõem de recursos mais limitados e que o envolvimento com a MLA não é mesmo em todos os núcleos".


A Comissão Europeia também tem sido, acrescentou Sally Reynolds, “um interveniente importante no que toca a este tema, por meio de, por exemplo, organizações como o MLEG (Media Literacy Expert Group), implementação de diretrizes para professores acerca do Plano de Ação para Educação Social, financiamento, através de programas como o Creative Europe e o Erasmus+, e da nova estrutura para a avaliação da literacia mediática que vai ser anunciada este verão”.


A especialista admitiu que não é uma área de trabalho fácil e que é preciso continuar a trabalhar com o máximo empenho: “Há muitos desafios neste campo. O trabalho relativo à literacia mediática e digital, muitas vezes, além de não ser levado a sério, é fragmentado, o que faz com que muito conhecimento e recursos valiosos não sejam partilhados, dificultando o trabalho das organizações.” Sally Reynolds apontou ainda a natureza demorada de mudanças como um entrave ao sucesso de algumas ações realizadas. “Muitas vezes, faz com que seja difícil justificar os recursos gastos e a falta de políticas relevantes não ajuda.” Por fim, lembrou que “ainda há bastantes discussões e debates quanto ao tipo de modelo de intervenção que se deve adotar e ao valor dos repositórios, mas que há necessidade de partilhar recursos”.


A conferência terminou com a apresentação de uma “wishlist” do que seria necessário para promover a literacia mediática e digital de forma mais eficaz. No futuro, revelou Sally Reynolds, “pretende-se que surjam mais plataformas e oportunidades para conhecer profissionais desta área e partilhar materiais, que se reconheça a natureza da literacia mediática digital, pois não há nenhuma solução rápida. É importante que este problema seja levado mais a sério e que haja financiamento”.


 

Media & Learning Association: O que é?


Com sede na Bélgica, a organização conta com 72 associados em 21 países: 55 membros organizacionais, oito patrocinadores e nove membros de networking. Das suas funções, destaca-se a organização e participação em conferências, como a que teve lugar na Escola Superior de Comunicação Social, no âmbito do IV Congresso Literacia, Media e Cidadania; a criação de diálogos inovativos, workshops e seminários, bem como de eventos como os MEDEA Awards e os Wednesday Webinars on Digital & Media Literacy in Europe.


Entre os projetos mais relevantes, de destacar o SMILES e o TeaMLit. No primeiro, participaram 570 estudantes e foram produzidos relatórios acerca da desinformação/literacia mediática em três países, workshops para professores e bibliotecários e cinco módulos de aprendizagem, disponíveis em holandês, espanhol, catalão e inglês. Já o TeaMLit foca-se na educação de professores na área da literacia digital. Este projeto realizou-se em três fases: a primeira na Bélgica, na Irlanda, na Alemanha e em Portugal; a segunda na Croácia, na Finlândia, na França, na Bélgica, na Bulgária, na Polónia, na Catalunha e no Luxemburgo e, por fim, a terceira fase ocorreu na Grécia, no Chipre, na Áustria, em Espanha, na Lituânia e nos Países Baixos.


O trabalho da MLA é organizado por Grupos de Interesse Especiais, ou seja, comités que incluem diferentes membros da associação que dirigem e apoiam o trabalho da associação.


31 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page